2010

Em outubro de 2009, Dinho
sofreu um grave acidente caindo do palco de uma altura de três metros, show que
realizava na cidade de Patos de Minas-MG. Por conta de um traumatismo craniano
e de uma fratura na costela ficou internado por mais de um mês.
A banda já havia entrado em
estudio para a gravação de “Das Kapital”, em fase avançada do disco, faltando
apenas a gravação da voz de Dinho que aconteceu no início do ano de 2010, mesmo
assim a banda surpreendeu na conclusão do álbum que teve o acompanhamento de
Dinho a distância (do hospital).
Com um novo produtos David
Corcos que já produziu artistas como Marcelo D2 e Planet Hemp a intenção foi
buscar uma nova sonoridade para o disco com influências do pop/rock britânico e
soando menos comercial, experiência em inovadora dada a razoável aceitação do
último álbum de inéditas lançado o “Eu nunca Disse Adeus (2007)”.
Ainda sob um olhar evidente
de músicas que se encaixam na execução das rádios, “Das Kapital” não deixa a
desejar a essência rock´n´roll empregada no álbum pela banda.
Acompanhando as gravações
do disco do hospital via Skype, Dinho contribuiu diretamente para a conclusão
do trabalho juntamente com os demais integrantes da banda, ainda relata Dinho,
que uma ou outra letra foi reescrita durante a sua internação, e que “Das
Kapital” representa um pouco do que foi a experiência e seu estado de espírito
durante a sua recuperação.
Embora “Das Kapital” não
reproduza nenhuma referência mais agressiva, sobretudo que remeta à sonoridade
do primeiro álbum da banda, o disco conta com uma série de composições
interessantes. Entre elas, “Ressurreição” é possivelmente a melhor. Nessa
faixa, o CAPITAL INICIAL conseguiu aliar rock n’ roll básico e melodias mais
cadenciadas e diversificadas, sem abrir mão de um refrão extremamente bem
elaborado e convincente.
Com um andamento mais
simples, “Depois da Meia Noite” – o primeiro hit de “Das Kapital” – possui
qualidades, apesar do formato evidentemente radiofônico.
Destaque para a música
“Como Se Sente”, representa um grande momento do disco, traduz uma sonoridade
bem elaborada e sofisticada, com um linha de baixo que sobressai bastante na
introdução da música.
Claramente, a nova fórmula
capitaneada por David Corcos trouxe um novo fôlego para a música do CAPITAL
INICIAL, bastante desgastada desde o CD “Acústico MTV” (2000). Até mesmo as
indefectíveis baladas, como “Eu Quero ser Como Você” (muito boa), “Não Sei
Porquê” e “Vivendo e Aprendendo” (a mais parecida com os sucessos anteriores do
grupo) ganharam uma nova cara na mão do produtor.
“Das Kapital” – uma
referência direta ao livro “O Capital”, de Karl Marx – ainda traz outros
destaques. “Melhor”, talvez a faixa mais acelerada e pesada do material, conta
com um arranjo interessante de teclado e influências notáveis do punk rock.
“Vamos Comemorar”, por outro lado, é uma balada que evidencia, pela primeira
vez, a face mais emotiva da voz de Dinho Ouro Preto – vive um invejável grande
momento. Embora tenha uma intenção mais comercial, essa música deverá agradar
até mesmo os fãs mais adeptos ao rock n’ roll do quarteto brasiliense.
De certo modo, o CAPITAL
INICIAL encontrou a sua ressurreição – como a música que abre o material indica
(?!) – em “Das Kapital”. A banda, que esteve muito próxima de encerrar a sua
trajetória dentro do rock brasileiro, certamente encontrou um novo caminho,
distante da simplificação e da falta de inspiração do álbum anterior. O CAPITAL
INICIAL mostra que o rock n’ roll está mais vivo do que nunca.
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Resenha original de Paulo Finatto Jr (site: http://whiplash.net/materias/cds/112698-capitalinicial.html) adaptado por Richard Ivan D´Assumpção.
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