2.1.05

O Início

O Capital Inicial surgiu no início dos anos 80, com a explosão do rock candango. O movimento revelou grandes bandas, a exemplo de Legião Urbana e Plebe Rude, que jamais serão esquecidas
pelos amantes do rock nacional. Antes de o Capital existir, seus integrantes tocavam por pura diversão em bandas brasilienses, levando. Seu som, com influências punk, aos bares e praças da cidade,Barbarizando a Capital Federal.
A história do Capital Inicial começa bem antes de sua primeira formação oficial, em 1982. Seus integrantes vieram da Blitz 64 (que também se chamou Blitx e XXX) e do Aborto Elétrico - bandas brasilienses surgidas na virada das décadas 70/80, que tinham influências punk, e revelaram a nata do rock nacional.
Tocavam nas ruas da Capital Federal. Mas, engana-se quem pensa que o nome da banda tem a ver com Brasília. Eles não tinham mesmo a grana para começar; não tinham o capital inicial. Daí, o nome. À época, já existiam canções que se tornariam hinos da chamada "Geração Coca-Cola". "Fátima", "Veraneio Vascaína", "Conexão Amazônica", "Faroeste Caboclo", "Que País é Este", entre outros hits, eram músicas cantadas nos acampamentos pelos punks da primeira geração. Era uma tribo de quase 200 pessoas. Como se não bastasse, a turma ainda desenhava, pintava, produzia filmes em super-8 e fanzines.
Em julho de 82, o guitarrista Loro Jones, que tocava com Gutje - Plebe Rude - na Blitz 64, chamou os irmãos Fê (bateria) e Flávio Lemos (baixo) para o Capital. Até então, os dois tocavam com Renato Russo no Aborto Elétrico. Heloísa, uma amiga, entrou para os vocais, mas só ficou até maio de 83. Foi quando apareceu Dinho, um fã do Aborto Elétrico e ex-companheiro de Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá na banda "dado e o reino animal"(assim mesmo, em letras minúsculas), na qual Loro também tocou.
No começo, Dinho não gostou do som, mas sim da atitude dos outros integrantes do Capital, que interferiam no cotidiano de Brasília, com uma música provocativa e um visual agressivo - caracterizado por correntes e alfinetes, bem ao estilo punk. Após seguir a banda por todos os lugares onde tocavam, Dinho se juntou a Loro, Fê e Flávio e estava formado o Capital Inicial. A estréia foi em julho, no show 'Diga Adeus ao Vestibular', realizado na Concha Acústica da UnB. No entanto, eles estavam apenas começando a romper as fronteiras do Planalto e conquistar seu espaço no rock nacional.A exemplo dos Paralamas do Sucesso, o Capital começou a se apresentar no eixo Rio-São Paulo: tocaram no SESC Pompéia (SP) - num evento chamado 'Hardcore Rock Night' - e no Circo Voador (RJ). A tríade Capital-Plebe-Legião, que tornou conhecido o rock candango no Brasil nos anos 80, se apresentou neste show do Rio, que foi o primeiro deles numa grande cidade.

1985

Em meados de 1984, uma fita-demo do Capital já estava na programação da Rádio Fluminense FM do Rio de Janeiro, com "Leve Desespero" e "Descendo o Rio Nilo". No final do ano, assinam contrato com a CBS (atual Sony) e participam da coletânea "Os Intocáveis", com essas duas músicas. Logo depois, no início de 85, lançam o primeiro compacto que abriria o caminho do sucesso para a banda.Ainda em 1985 - juntamente com Ira!, Titãs, Ultraje a Rigor, Lulu Santos, Lobão e os Ronaldos, Metrô e May East - o Capital Inicial integra a trilha sonora de "Areias Escaldantes", o primeiro filme-rock do Brasil, de Neville de Almeida.

1986


O Rock nacional se fortalecia nos anos 80, algumas bandas já haviam gravado e estouravam nas rádios de todo o país, como Legião Urbana, Plebe Rude, Paralamas do Sucesso, Barão Vermelho, RPM, BLITZ entre outros.
Todas essas bandas compunham o cast de grandes gravadoras como EMI Music, Som Livre CBS e detinham um espaço significativo no cenário roqueiro brasileiro.
Diante disso gravadora Polygram ainda não tinha um representante do rock nacional naquele cenário promissor, foi aí que aconteceu o contrato com o Capital Inicial numa grande aposta de sucesso.
O álbum de estréia, "Capital Inicial", que tem o apelido de 'O estilingue', foi lançado em julho de 1986, pela PolyGram, e já chegou causando polêmica. A faixa "Veraneio Vascaína", feita em 1980, foi censurada porque falava da veraneio da polícia "toda pintada de preto,/ branco, cinza e vermelho / com números do lado/ e dentro dois ou três tarados / assassinos armados/ uniformizados".
No entanto, o selo de "venda proibida a menores de 18 anos" na contra capa do LP só ajudou a projetar a banda mais ainda em todo o País. Ainda mais quando "Música Urbana" foi incluída na trilha da novela 'Roda de Fogo', da Rede Globo. O Capital ganhou seu primeiro Disco de Ouro e "Leve Desespero", "Fátima" e "Psicopata" transformaram-se em hits. No aniversário de Brasília, apesar de proibida a execução pública de "Veraneio Vascaína", a música foi incluída no show e 25 mil pessoas vibraram em frente ao Congresso Nacional.

1987


Em 1987, enquanto eles ainda curtiam o sucesso do primeiro álbum, chega às lojas "Independência". Estrategicamente lançado no dia 7 de setembro, o segundo LP do Capital marca a entrada do tecladista Bozo Barretti. A faixa-título, "Prova", "Autoridades" e uma regravação de "Descendo o Rio Nilo" levam a banda ao segundo Disco de Ouro.
Ainda em novembro do mesmo ano, por causa de seu contrato fonográfico, o Capital conquista o lugar de banda suporte para a turnê de Sting (ex-vocalista do grupo inglês The Police) e toca para 400 mil pessoas em todo o Brasil: São Paulo (Anhembi), Rio de Janeiro (Maracanã), Belo Horizonte (Independência), Brasília (Mané Garrincha) e Porto Alegre (Beira Rio). Foi a única banda brasileira a fazer tantos shows com um artista internacional e, em Belo Horizonte, houve ainda quem preferisse a performance do Capital à do Sting.

1988


O terceiro disco da banda, "Você não precisa entender" foi lançado no final de 1988. Este álbum foi uma verdadeira ruptura : Eles deixaram de lado as letras políticas dos LPs anteriores e investiram em letras nonsense. Além disso, as guitarras ficam escondidas atrás de samplers, teclados, e batidas eletrônicas. O Capital Inicial abraçava totalmente uma postura pop, deixando totalmente de lado uma certa postura punk que ainda vinha trazendo de seu início.
Mas, uma semana antes do show de lançamento, no Canecão (RJ), Dinho sofreu um acidente de carro e por pouco a estréia não teve que ser adiada. Junto com o disco, foi produzido um vídeo que custou 11 mil dólares, feito com os melhores recursos mas ninguém viu, porque as grandes emissoras só veiculam clips nacionais produzidos por elas. "Fogo", "A Portas Fechadas" e "Pedra na Mão" emplacaram nas rádios bem depois do lançamento do LP. Porém, para compensar todos os problemas, o Capital mudou de empresário, investiu em mais tecnologia nos shows, numa agenda bem organizada e num patrocinador.

1989


Em setembro de 1989, o Capital grava o quarto álbum, "Todos os Lados" e volta a fazer um rock eletrizante "digno de seu pioneirismo", como definiram os críticos. Na verdade, o disco deveria ter sido lançado em março de 1990. Mas como foram convidados para tocar na segunda edição do Hollywood Rock, em janeiro, realizado em São Paulo e no Rio, e pressionado pela gravadora, o Capital antecipa o lançamento do LP. Visando voltar a fazer sucesso e reencontrar o caminho do rock`n roll, o Capital, como diz o título do álbum, atira para "Todos os Lados" : convocou o compositor Alvin L, que compôs a faixa-título, "Mickey Mouse em Moscou", "Belos e Malditos" e várias outras, como "Mambo Club" e "Abismo". Também houve uma parceria com Humberto Gessinger, do Engenheiro do Hawaii ( "Olhos Abertos" ) e a regravação de uma música dos Mutantes, "2001". Apesar de ter sido bem recebido pela crítica, este disco também não emplacou, parando nas 30.000 cópias.

1991


Após ficar quase dois anos fora dos estúdios, o Capital sai da PolyGram, assina com a BMG Ariola e lança o quinto álbum, "Eletricidade", em 1991. Foram compostas 40 músicas para entrarem apenas 14 no disco. A reunião de "O Passageiro" (uma versão de "The Passenger", de Iggy Pop), da balada "Cai a Noite", da deliciosa "Kamikase", da dançante "Todas as Noites", com outras pérolas, são a prova de sua versatilidade. É o equilíbrio entre a tecnologia e o legítimo rock. Só deste disco foram realizados 200 shows. No mesmo ano, eles participam do Rock in Rio II.
O tecladista Bozzo Barretti deixa o Capital Inicial em 1992.
O Capital Inicial após o lançamento do disco “Eletricidade” em 1991 passou a manifestar um outro estado musical em suas apresentações “ao vivo”, um som mais pesado com influências do rock setentista e algumas novidades da época como o movimento “grunge” ainda com Dinho no vocal.
Essa tendência conduziu a uma separação inveitável, a saída de Dinho.

1994 - 1997

Parecia que seria o fim. Mas Loro Jones e os irmãos Lemos resolveram seguir em frente. Murilo Lima (ex-banda Rúcula) entra como novo vocalista e o Capital lança com selo próprio (Qualé Cumpadí?), em um esquema indepentente, em março de 1994, o "Rua 47", um CD que é puro rock, também com os vocais do guitarrista Loro Jones. Em 1996, também em um esquema totalmente indepentente, é lançado o CD "Ao Vivo", gravado em Santos (SP), com vários sucessos da banda. Este álbum traz duas músicas inéditas, de autoria de Murilo Lima : Será que é Amor? e A Manhã.

Em 1996 a banda lança Capital Inicial: Ao Vivo, o primeiro pela Qualé Cumpadi Records, gravadora independente que a banda monta, e o segundo pela Rede Brasil Discos, atual Alpha Discos, que por sinal muito vigoroso com muita guitarra e arranjos pesados para as canções conhecidas do grande público.
Duas músicas inéditas foram registradas nesse álbum “Será que Amor” e “Amanhã”, além de uma versão bastante interessante para o clássico do Caetano Veloso “Podre Poderes”.
Murilo Lima permanece por mais um ano como vocalista do Capital e sai no início de 1997.
Loro Jones por alguns meses também se distancia do Capital, mas não deixa a banda definitivamente, Yves Passarell (ex-Vipper e atual guitarrista do Capital Inicial) por alguns shows o substitui, mas Loro retorna em seguida.

Dinho (solo)



Dinho resolve sair da banda após uma década de história com o Capital Inicial. Divergências musicais e o desejo de seguir em carreira-solo alçando novos vôos o conduz a uma fase quase que anônima, lançou dois álbuns entre 1994 e 1995, o primeiro com influências puramente roqueira dos anos 70 lança “Vertigo” um disco pesado muito diferente de tudo aquilo que se via no Capital Inicial. Com Kuaker (ex-guitarra/Yo-Ho-Delic), Arnaldo (bateria), Mingau (baixo/primeira formação dos Ratos De Porão) e Dinho. O instrumental da estréia desta reunião é eficiente e a produção de Dado Villa-Lobos surpreende pela clareza. Mas o que você espera ouvir ao apertar o play! Rock básico e simples! Em 1995 sai o segundo e último álbum-solo o “Dinho Ouro Preto” buscando uma sonoridade diferente misturando efeitos eletrônicos e rock e dance. Com a produção impecável e esperta de Mitar Subotic, ele entra em grande estilo na modernidade dos 90. Por "Marcianos Invadem A Terra" (de Renato Russo), "Echo", "Irresistível", "Ácido" e "Castles Made Of Sand" (de Jimi Hendrix e faça cara feia!), Dinho Ouro Preto merece credibilidade. Deixe o preconceito e ouça o CD.

1998



No final de 1997 sem Murilo Lima nos vocais, Loro Jones cogita um retorno do Capital com a formação original, o que acontece em 1998 e a partir daí a história do Capital Inicial toma um novo rumo e se instala uma nova fase na carreira da banda, pós anos 80.

São Paulo, março de 1998, amadurecidos, com o respaldo do lançamento, pela Polygram, do CD O Melhor do Capital Inicial, da constante execução de suas músicas pelas maiores emissoras de rádio e, principalmente, com o apoio dos fãs; que mantiveram o Capital Inicial vivo, seus quatro integrantes originais decidem voltar aos palcos. Dinho Ouro Preto, Loro Jones, Fê Lemos e Flávio Lemos voltam à estrada com um novo show, uma comemoração aos 15 anos da banda e aos 20 anos do nascimento do rock candango. O repertório traz sucessos, faixas pouco conhecidas e composições de bandas que fizeram parte da cena de Brasília nos anos 80, como Plebe Rude, Legião Urbana e Finis Africae.

Em julho do mesmo ano a banda assina com a gravadora Abril Music, e em setembro ruma para Nashville no Tennessee, EUA, onde gravam Atrás dos Olhos. Este disco é produzido por David Zá, que entre outros trabalhou com artistas como Prince, Billy Idol e Fine Young Cannibals. As músicas mais executadas desse disco foram "O Mundo" de Pit Passarell, ex-guitarrista da banda Viper e amigo da banda, "1999" e "Eu Vou Estar". Todas essas músicas tiveram videoclipes com grande repercussão junto ao público da MTV, sendo que "O Mundo" concorreu a cinco prêmios na edição de 1999 do Video Music Brasil.

Este mesmo ano de 1998 assiste ainda o lançamento de mais duas coletâneas pela Universal (ex-PolyGram): um CD da série Millennium, com 20 músicas pinçadas dos quatro primeiros discos, e um CD de canções do grupo remixadas por produtores e DJs famosos do Brasil. Infelizmente esta mesma gravadora reluta ainda em relançar os discos originais, apesar do evidente prejuízo que tal atitude traz à banda, e a insatisfação dos fãs.

2000



Em 1999, surge o convite da MTV para que a banda gravasse um álbum dentro do projeto Acústico da emissora. Era uma boa proposta e uma ótima oportunidade da banda ter um registro ao vivo com Dinho Ouro-Preto. E o Capital resolve cuidar deste projeto com muito cuidado : ensaia um mes exaustivamente, convida Kiko Zambianchi e Marcelo Sussekind (que também produziu o álbum) para tocar. Aislan Gomes, fã da banda e piloto dos teclados capitalianos desde a turnê do disco "Atrás dos Olhos" continua nos teclados e o percussionista Denny Conceição toma parte na trupe.
Gravado em março de 2000 e lançado em maio do mesmo ano, o álbum provou logo seu valor. Com arranjos bem cuidados, a banda prova que é competente também em versão desplugada, procurando tocar um repetório que cobrisse todas as fases capitalianas, indo do "espólio" do Aborto Elétrico ( "Veraneio Vascaína", "Fátima" e "Música Urbana" ) ao último disco, representado por "Eu Vou Estar" ( com participação de Zélia Duncan nos vocais ) e "O Mundo". A primeira música de trabalho, a inédita "Tudo que Vai", de Dado Villa-Lobos, Alvin L e Toni Platão, logo era executada com sucesso nas rádios.
Mas quando "Primeiros Erros", de Kiko Zambianchi, foi escolhida para música de trabalho, é que o sucesso foi total : as vendas estouraram, os shows cada vez cheios e finamente o Capital Inicial era considerada como uma das principais bandas do Rock Nacional, chegando a ganhar o Prêmio Multishow de melhor banda em 2000.
Com o sucesso deste álbum, o Capital é convidado para participar na noite de encerramento do Rock in Rio III, no início de 2001, junto com Silverchair e Red Hot Chilli Peppers. Diante de um público de 250.000 pessoas, a consagração geral : o show foi considerado pela multidão o melhor da noite, cantando junto com a banda "Tudo que Vai", "Música Urbana", "Veraneio Vascaína", "Primeiros Erros" e "Natasha", outra inédita do álbum, que também fez imenso sucesso.
No ano de 2001 a banda trabalhou bastante, chegando a fazer 25 shows por mês, e chegando à marca de 750.000 cópias vendidas do álbum "Acústico MTV", superando a soma das vendas de todos seus álbuns anteriores.
Mas nem tudo são flores: no final do ano de 2002, cansado pelo excesso de viagens e algumas discordâncias com os rumos da banda, o guitarrista Loro Jones anuncia a sua saída. No término da turnê, Loro foi substituído por Fred Nascimento (ex-músico de apoio da Legião Urbana), que já vinha tocando no lugar de Kiko Zambianchi, afastado para se dedicar à gravação de seu novo álbum. ("Disco Novo" - Abril Music).

2002



A nova fase atual do Capital Inicial é marcada pela saída de Loro Jones Mesmo com este fato, o Capital se dedica a gravar seu mais novo disco, "Rosas e Vinho Tinto". As gravações se iniciam em fevereiro de 2002, com lançamento em maio do mesmo ano. A banda vem contando com o apoio de Fred Nascimento e Yves Passarell, ex-guitarrista da banda paulista Viper. A produção do álbum é mais uma vez responsabilidade de Marcelo Sussekind, produtor dos álbuns "Você Não Precisa Entender", "Todos os Lados" e "Acústico MTV", criou-se uma grande expectativa em torno dessa mudança, quem seria o novo guitarrista que iria assumir as vésperas do lançamento de um novo álbum que seria lançado no ano de 2002. O nome indicado para o preenchimento do espaço deixado por Loro Jones foi Yves Passarell, ex-guitarrista da banda paulistana de metal Viper, assumiu as guitarras do Capital Inicial. Além de longa estrada de rock’n roll, acumulando uma experiência internacional com sua ex-banda, Yves sempre foi um amigo da banda em particular, conhecia muito bem o trabalho do Capital, e já havia tocado com o Capital algumas vezes em 1997, participando ainda em uma das faixas do disco Rua 47 lançado em 1994.
A banda lança Rosas e Vinho Tinto, ainda sob os efeitos do sucesso estrondoso do disco anterior, o Capital vem mais maduro, com os pés no chão e a idéia deste novo disco pós acústico é o de reafirmar a essência roqueira do Capital inicial. O desafio é grande, manter o mesmo sucesso do disco anterior, ótimo, mas a realidade de se fazer um disco fiel às suas origens pesa bastante, e esta consciência o Capital se atribui muito bem.Com o novo guitarrista Yves Passarell, chega às lojas em Maio de 2002 Rosas e Vinho Tinto, reafirmando sua essência musical, embora com uma nova pegada nas guitarras o disco não soa muito diferente do que a banda sempre se propôs musicalmente falando.
Nota-se que existe uma certa influência do recente álbum acústico neste novo trabalho. Ótimas baladas e participações nas composições de outras datas como Kiko Zambianchi e Pit Passarell, irmão de Yves, atual guitarrista do Capital Inicial. Uma das novidades deste disco foi a versão de Dinho para a música De Música Ligera da banda argentina Soda Estéreo, que levou o título de A Sua Maneira (primeira música de trabalho do álbum) que por sua vez também teve sua releitura primeiramente pelos Paralamas do Sucesso em seu disco Nove Luas.Após a grande execução nas rádios de todo o país de A Sua maneira em seguida foi a vez de Quatro Vezes Você, uma música bastante empolgante na mesma linha de Natasha que foi um dos maiores sucessos do disco acústico, depois Mais e Como Devia Estar.

2004


Apenas baixo, guitarra, bateria e voz cabem no conceito de Gigante! 11º disco de carreira do Capital Inicial.
A idéia é abraçar o rock básico, tentando aproximar o som de estúdio com o das apresentações ao vivo.
Depois dos dois últimos discos “Acústico MTV” e “Rosas e Vinho Tinto” o Capital renova e concebe o álbum diferenciado um pouco do modelo acústico e pós acústico.
O álbum marca também a participação efetiva nas composições e arranjos do guitarrista Yves Passarell que se ingressou no Capital inicial quando o disco Rosas e Vinho Tinto já estava pronto.
As guitarras soam diferentes evidenciam o propósito do disco que deve ser um rock cru, Fé também elogia bastante o resultado da bateria no álbum, talvez a melhor de todos os álbuns do Capital.
No Set list o Capital Inicial, mais rock e também mantendo a linha das belas baladas como “Não Olhe Pra Trás”, “Vendetta”, “Sorte” e “Respirar Você” representam a fidelidade do objetivo principal almejado, o rock básico.
A novidade foi a versão para a música do Duo Francês (punk) Lês Rita Mitsuoko “C´esT Comme ça” que se tornou “Sem Cansar” na concepção capitaliana, primeiro single do álbum.

2005


















A nova geração não tem a menor ideia do da importância do Aborto Elétrico para a atual cena do rock existente no Brasil. Mais que uma semente, o AE foi, talvez, o maior laboratório do rock brasileiro contemporâneo. Dele nasceram Legião Urbana e Capital Inicial.
A ideia de fazer um CD tributo ao “Aborto Elétrico” existe há vários anos. Existe um repertório inédito nunca registrado antes e o projeto consiste em gravar essas músicas inclusive as conhecidas já gravadas pelo Capital.
O projeto tomou forma quando algumas condições que se mostravam necessárias surgiram. O Capital Inicial está na sua melhor fase, após dois discos de material inédito bem-sucedidos, com uma nova legião de fãs.
O Projeto consistiu em um CD e um DVD, sendo que o DVD contém um documentário sobre a história da lendária banda Aborto Elétrico.
Dezoito músicas da banda de Flávio Lemos, Fé lemos, Renato Russo e André Pretórius e do irmão de Dinho, Iço Ouro Preto compõe o registro fonográfico.
Entre os clássicos do AE gravados por Legião, Capital e Paralamas do Sucesso, destaca-se “Química”, “Que País é Esse”, “Música Urbana”, “Geração Coca-Cola”, “Veraneio Vascaína”, “Fátima”, “Tédio” e “Conexão Amazônica”, mas outras dez canções inéditas complementam o repertório, entre elas a ótima “Helicópteros no Céu”, a atualíssima “Despertar dos Mortos” (Roubaram meu ouro/Roubaram meu sangue/Roubaram meus filhos/ E Querem Mais...Verde e Amarelo...Verde e Amarelo...).
A Primeira música que chegou as rádios foi “Love Song One” primeira canção de amor composta pelo Aborto Elétrico (Flávio Lemos e Renato Russo).
Renato Russo ainda em vida manifestou sua vontade de ver o material do Aborto gravado. Ele acreditava que seria interessante pegar bandas novas para faze-lo, no entanto o projeto não poderia ter sido melhor representado, tendo sua obra preservada e reproduzida fielmente por aqueles que um dia fundaram fizeram parte do Aborto Elétrico ou no mínimo tivesse manifestado grande admiração e referência musical como é o caso do Dinho Ouro Preto.

2007


O Capital reafirma em “Eu nunca Disse Adeus” o que de melhor sabe fazer: baladas. Isso não implica que o vigor do rockn´roll deixou de ser predominante na essência da música da banda.
É nítido que os arranjos desse disco não soaram com a mesma intensidade do álbum anterior “Gigante”, e o que se evidencia realmente são canções eletro-acústicas com efeitos sonoros talvez eletrizantes e não eletrônicos.
A falta de um equilíbrio regular entre o POP e o ROCK pode ter atribuído a esse álbum uma identidade similar ao disco de 2002 “Rosas e Vinho Tinto”, uma fórmula encontrada no sentido de manter o público pós-acústico e não deixando de agradar também aos fãs mais antigos.
A Vida é minha eu faço o que eu quiser - abre o disco de forma clássica apresentando o Capital na sua essência roqueira.
Eu nunca disse adeus - vem mesclando pop e rock, foi escolhida com acerto para ser o primeiro single do disco, refrão grudento e uma combinação perfeita da harmonia tradicional do Capital.
Aqui – mais uma bela produção da linha de “baladas” perfeitas que só o Capital consegue fazer, irmãzinha mais nova de “Seus Olhos” e “Como Devia Estar”.
Eu e minha estupidez, sem muita novidade sonora dá seqüência interessante ao início da audição e sugere com certeza uma “curiosidade” em desvendar o restante da obra.
Diferentes – Simplesmente comum.
O Imperador – soa como uma das principais canções do álbum, letra e música, bem elaboradas, apesar das características evidentes da fórmula utilizada seguindo o conceito “historinha” adotado pelo Capital a partir de “Natasha” do álbum acústico MTV lançado em 2000.
Altos e Baixos, 18 e Dormir – três belas canções, o eixo do álbum remete-nos as coincidências de arranjos, uma balada interessante, alguns riff´s e uma canção literalmente para “dormir”, assim caminha “Eu Nunca Disse Adeus
”.
Boa Companhia
e Má companhia – Vigor e sustentabilidade do álbum ao modo roqueiro de considerar a música atual do Capital, juntamente com “Aqui” duas principais evidencias desse alicerce chamado “Eu nunca Disse Adeus”.
Eu adoro minha televisão – excelente canção praticamente finalizando o álbum, propõe uma sonoridade diferente e possível até de se estender no atual cenário da produção musical do Capital, efeitos de guitarras e vozes tornam essa música uma nova experimentação, que por sinal muito positiva e válida. Auditivamente inovadora isso é um excelente sinal.
Um homem só – reforça a base tranqüila do disco, nada diferente da bela balada “Aqui”, encerra o disco depois de uma concepção bastante interessante de um álbum previsto, aceito e com a cara do Capital, porém com pitadas otimistas entre o normal e aquilo que se espera.
Eu nunca Disse Adeus integra a discografia do Capital com todos os méritos e aceitação, de uma banda que continua traçando sua história de forma fiel e simples, ainda que com alguma “irregularidade” pelo caminho.

2008



Em 21 de abril 2008 é gravado o CD/DVD “Capital Inicial Multishow Ao vivo” – o primeiro álbum ao vivo (elétrico) da banda com Dinho Ouro Preto no vocal, o show foi registrado na esplanada dos Ministérios em Brasília na ocasião da comemoração do aniversário de 48 anos da cidade.

Participaram do show músicos convidados Robledo Silva (teclado, violão, vocais de apoio), e Fabiano Carelli (guitarra, violão, vocais de apoio). A primeira música de trabalho do álbum é "Algum Dia", além de contar com seus maiores sucessos como "Natasha", "Não Olhe pra Trás", "Primeiros erros" e também marcando presença a música punk "Que País É Este (época do Aborto Elétrico). No show, o Capital canta músicas inéditas como "Passos Falsos", "Dançando com a Lua" e "Mulher de Fases" que é uma regravação da banda liberada pelos Raimundos que também são de Brasília, além da música que está presente no álbum Eu Nunca Disse Adeus, "Eu Nunca Disse Adeus" (a faixa-título do CD).
CD que sucede “Eu Nunca Disse Adeus (2007)” demonstra grande vigor dada a situação da sua concepção e condições de gravação.

O projeto “ao vivo” vem agregar ao registro fonográfico na carreira da banda desde 1996, quando foi gravado o primeiro álbum “ao vivo” do Capital Inicial na cidade de Santos-SP, na ocasião com o vocalista Murilo Lima.

Capital Inicial Multishow Ao Vivo preenche uma lacuna na discografia do grupo em especial por parte de seus fãs, que por décadas aguardaram o registro do disco com o vocalista da Dinho Ouro Preto (formação original), porém sem o guitarrista Loro Jones (integrante da primeira formação) que deixou o Capital no final de 2001.

Um disco ao vivo vigoroso, entusiasta e com produção atenta a todos os detalhes da importância de um registro fonográfico que uma banda ícone do rock brasileiro merece.
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